quinta-feira, 6 de junho de 2019

- Oi. - ele sorriu e a beijou.
- Senti sua falta. - ela disse. Era verdade.
Ele se surpreendeu. Também tinha sentido falta dela.
- Eu também. Quer almoçar?
- Sim. Para onde vamos?
- Para minha casa.
Ela ficou surpresa, mas depois gostou da ideia. Ele tinha se tornado bom nisso.
Ao chegar na casa dele, Marieta perdeu um pouco a empolgação. A mãe dele estava terminando o almoço.
- Oi mãe. - ele jogou a mochila no chão e disse para Marieta fazer o mesmo. - Tá pronto?
- Quase. - ela reparou em Marieta. - Você não disse que ia trazer companhia.
- Mas a comida vai dar... e sei que está tudo ótimo.
- E se eu tivesse feito miojo? - ela ergueu uma sobrancelha.
- Ainda sim, estaria muito bom. - ele sorriu. - Essa é a Marieta. Essa é Nalva, minha mãe.
- Oi. - Marieta disse um pouco sem graça. Nunca tinha conhecido a mãe de nenhum dos meninos que tinha ficado antes.
- Oi Marieta. - ela a abraçou. - Espero que você goste de estrogonofe.
- Gosto muito!
- Viu, mãe? E que pessoa não gostaria de estrogonofe?
Eles riram.
Marieta estava achando tudo surreal, estar ali almoçando com a mãe dele. Até esqueceu que pretendia terminar tudo com ele. E agora como poderia fazer isso?
Após o almoço, eles ficaram na sala, até que Nalva teve de sair para voltar ao trabalho na creche.
- Sua mãe sempre faz o almoço assim? É difícil ver minha mãe assim, durante o dia.
- Às vezes ela consegue dois dias para me mimar com comida feita na hora. - ele sorriu. - Mas nos finais de semana, o almoço em família é sagrado.
- Que bom.
Um momento de silêncio, até que ele a surpreendeu.
- O que você pensou quando eu te chamei para vir aqui?
Ela riu.
- Nada demais. Só que você era um chef de cozinha secreto.
Ele achou graça.
- Meu conhecimento culinário se limita a assistir Masterchef e pedir comida pelo telefone.
- Somos dois.
Tão logo a conversa acabou, os dois estavam aos beijos no sofá. O clima esquentou, com mão na cintura, no peito, roupa levantada...
Marieta lembrou. Não deveria estar mais ali. Nem tampouco continuar isso com ele.
Mas também não poderia terminar com ele assim.
Ela interrompeu os amassos, rindo da cara dele perguntando porque tinha parado.
- Tenho que ir pra casa.
- Por que?
- Minha irmã precisa de ajuda numas coisas. - respondeu evasiva.
Ele, contudo, não percebeu.
- Que pena. Eu te levo, então.
Ela sorriu. Ele poderia ser menos fofo?

Após a aula, Taís encontrou Diogo.
O namorado era só sorrisos.
- Eu sei que você não achou tão bom assim. - ele disse, enquanto eles sentavam para comer na lanchonete.- Mas para mim, foi incrível.
Ela riu.
- Por que foi tão incrível? - ela perguntou.
- Sexo vai muito além do físico. Mexe com a cabeça, o coração. - ele estava inspirado.
Será que Taís poderia ficar mais apaixonada?
- E ficar com você daquele jeito, sendo que eu te amo, tornou tudo... incrível. - ele riu. Depois falou mais baixo. - Foi a minha primeira vez também, minha expectativa estava alta.
Taís ficou ainda mais derretida. Poder ter essa experiência pela primeira vez, com alguém que também ainda não tinha passado por isso, era ótimo. 
Só incomodava um pouco o fato de não ter sido do mesmo jeito para ela.
- Espero que na segunda vez seja assim para mim. Acho que eu estava nervosa e não senti essa sensação que você teve. - ela deu de ombros.
- Quando vai ser isso?
Ela ficou surpresa.
- Acho que vamos ter que esperar por mais um acaso da vida, sem mães por perto.
- Mal posso esperar.
Taís ficou apreensiva. Aquela situação ia muito mais além da aposta, era seu relacionamento que tinha dado um grande passo.
Pôde ver na rua Marieta indo de encontro a Marisfésio. A irmão não estava com uma cara muito boa.
Pouco antes das 23h00, Diogo escapuliu da casa de Taís. Ele estava nas nuvens.
Não sem antes encontrar Marieta.
"Merda." ela pensou.
Entrou em casa e encontrou a irmã na cozinha. O silêncio durou poucos segundos.
- Eu vi, eu vi, eu vi! Eu tive minha primeira vez, enquanto você não conseguiu, haaaaaaaaa
- Não acredito, Taís!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Eu ganhei!!!!
Marieta estava muito frustrada, com raiva. Como a irmã boba conseguiu isso?
- Agora provei para você que também sou ousada, não sou mosca morta. E você fracassou!!!! - ela falava vitoriosa. - E para sua informação, não é pequeno.
Marieta riu.
- E você gostou? - a curiosidade era verdadeira.
- Foi estranho. As preliminares foram a melhor parte. - ela riu. - Acho que na segunda vez, deve melhorar. - a expressão de dúvida foi substituída pela vitória novamente. - Agora você se prepare, perdedora!
Marieta ficou apreensiva. Não estava preparada para perder. Muito menos, para fazer algo vindo da recente mente ousada da irmã.
- O que você vai fazer? - ela perguntou.
- Ainda não sei. Vou te deixar no escuro até conseguir pensar em algo muito maravilhoso. - ela sorriu. Que sensação incrível ganhar da irmã!
...
Na segunda-feira, dia de aula. 
As meninas seguiram juntas para a escola. Encontraram com Jennifer e Gilda, as testemunhas da aposta.
Após contarem o que aconteceu, ambas caíram na risada.
- Taís, estou impressionada! Nunca esperei que você fosse ganhar essa aposta. - disse Gilda.
- Isso serve de lição para vocês, que me subestimam. Eu tenho muito poder de fogo. - Taís continuava no seu momento de glória.
- Literalmente. - disse Jennifer, de forma maliciosa. Todas riram, menos Marieta que estava detestando aquela situação toda.
- O que vai acontecer com a Marieta? O que podemos esperar? - questionou Gilda.
- Eu ainda não sei. Estou trabalhando nisso. - Taís disse rindo.
Na verdade, ela não tinha ideia do que fazer. Esperava que magicamente uma ideia lhe viesse a mente.
- Agora você pode dispensar o Marisfésio. Não tem motivos para continuar, já que a aposta acabou. - Jennifer lembrou.
Marieta não tinha pensado nisso. Sem a aposta, ficar com Marisfésio não fazia mais sentido.
- É mesmo. Agora vou poder acabar com isso.
Mas por que ela se sentia estranha em pensar assim?
Taís ligou para o namorado, disse estar sozinha e queria ver um filme com pipoca. 
Uma noite romântica.
Diogo logo pensou "é hoje". Ele não estava errado.
Hoje nada poderia interromper o momento tão esperado, por ele e pela namorada apostadora.
O estômago de Taís dava pulos.
Se questionava ainda se era algo certo. A curiosidade era uma tentação, mas seus valores constantemente voltavam em sua cabeça.
Optou por seguir a voz do desejo e a ousadia dos últimos dias.
Tão logo Diogo chegou, os beijos começaram.
Assim que o clima esquentou, ela preferiu levá-lo para seu quarto, onde poderiam ficar trancados e não ser pegos repentinamente.
Roupas no chão, Taís finalmente viu. Não era pequeno.
Porém, a noite não terminaria assim. Era preciso ir até o fim.
- Não fique nervosa, amor. Eu te amo. E quero muito isso.
- Também te amo. - o nervosismo era aparente.
...
Colados momentos depois, Diogo sorria. Taís se sentia estranha. Não foi bom, nem tampouco ruim.
- Você gostou? - ele perguntou.
- Sim. - ela sorriu, sem tanta verdade.
Talvez melhore na segunda vez.
"EU GANHEI A APOSTA!" ela pensou. Sorriu e ficou satisfeita. Tinha conseguido. Era capaz e agora poderia fazer o que quiser com a irmã perdedora.


Com os nervos à flor da pele, os embates por conta da aposta tornaram as irmãs Fernandes cada vez mais afiadas nas discussões e indiretas.
- Você me subestima, Marieta. Falta tão pouco para ganhar isso... 
- Como você está iludida!
- Estou muito mais focada do que você, que anda se apaixonado pelo Marisfésio...
Marieta sentiu o rosto arder.
- Eu não estou e você sabe muito bem disso.
- Claro que está. Se não, você já teria ganhado essa aposta faz tempo. 
Marieta parou. Será que ela estava certa? 
- Mas sabe, seria até bom que você gostasse dele. Faz bem gostar de alguém além de si mesma...
Marieta jogou uma almofada na irmã, que saiu rindo pela casa.
A semana seguinte foi de provas, e como boas estudantes que são, Marieta e Tais não tiveram tempo de continuar a saga da aposta enquanto se encontravam atarefadas. 
Até que chegou a sexta-feira.
A mãe estaria trabalhando até tarde e Marieta tinha marcado de sair com as amigas.
Taís pensou que seria o dia perfeito para finalmente ganhar a aposta.

segunda-feira, 4 de março de 2019

No dia seguinte, a mãe das meninas aproveita que Marieta está de bobeira em casa para descobrir onde ela esteve no sábado.
- Marieta, você só chegou no final da tarde, mandado uma mensagem "em casa". Eu não te vi ontem. Onde você estava?
Marieta abre a boca pra falar, mas é interrompida por Taís:
- Ah, ela tava com o namorado.
- NAMORADO???? - a mãe surtou. - POR QUE NÃO ME CONTOU???
Marieta poderia ter estrangulado a irmã com o olhar.
- Eu vou te matar. - virando-se para mãe, calmamente respondeu - Ele é apenas um rolo, não é nada demais.
- Minha filha, chamar de rolo é deixar tudo tão sem importância...
- Mas é mesmo sem importância. - ela deu de ombros.
- Nossa, o Marisfésio ia ficar arrasado se ouvisse isso. - Taís estava adorando colocar fogo na situação.
O som alto da gargalhada de Gioconda ecoa na sala.
- Nossa, Marieta, que gosto mais excêntrico, esse nome....
- Esse é o nome do tio dele, que ajudou na criação desde pequeno. - responde Marieta totalmente ofendida.
Taís percebe a expressão da irmã, acha estranho. Parece até que ela se importa!
- Mas e aí, ele vem quando conhecer a gente? - Taís não desiste de importunar a irmã.
- Nunca! - responde Marieta, para alfinetar em seguida: - Se for para falar de novidades, acho que a gente pode falar sobre a Taís estar prestes a ter a primeira vez com o Diogo.
TAIS, POR QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU? POR QUE NINGUÉM ME CONTA NADA NESSA CASA? - a mãe das meninas fica exasperada.
A vez de querer estrangular a irmã passou para Taís, mas isso ficaria para depois, já que ela teria que ouvir sobre conselhos de sexo.
Marieta rindo, vai até o quarto e vê uma mensagem de Marisfésio, que está assistindo uma série que ela indicou. Ela ri e diz "muito bem!" E ele manda uma carinha feliz em resposta. 
Mesmo contra vontade, Marieta gostava dele. Só não descobriu isso ainda.
Taís e Diogo sobem em uma rapidez impressionante para o quarto dele.
Ela, ainda em choque, repete várias vezes que nunca mais irá na casa dele.
- Nada disso, você sempre vai ser bem vinda aqui. - ele tenta acalmá-la enquanto veste uma camisa.-  Sempre vou querer você aqui.
Ela olha para ele um pouco derretida. Até nessas horas, ele consegue ser um fofo.
- Esse tipo de coisa acontece. Inclusive, - Diogo quis aproveitar a situação. - gostaria de entender o porquê você está mais ousada nos últimos dias, não que eu estou reclamando, mas é uma surpresa para mim.
E agora? O que ela deveria falar?
Ela se aproximou dele e segurou sua mão.
- Ah, eu tenho me sentido cada vez mais próxima a você, isso é muito bom. E fazer amor, dar esse passo, vai tornar tudo ainda mais especial. Eu quero muito isso.
Diogo dá um largo sorriso e a beija de forma apaixonada.
Coitado, mal sabe que é apenas por uma aposta.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019


Sábado também é dia de ficar com o namorado.
Depois de cinema, sair para comer, sobra um tempo para uns amassos.
Principalmente se for uma noite quente.
Na casa do namorado, a piscina chama atenção. A ideia que vem à mente de Taís também a surpreende, para depois ser sucedida por um "por que não?"
Assim, chama Diogo para entrar na piscina. Sentindo-se ousada, ela resolve tirar a roupa e entrar na piscina só de roupa íntima. O namorado mal acreditando no que estava acontecendo, fica de cueca e pula na piscina.
Ela tira o resto de roupa que vestia, por cima da piscina, momento em que Diogo também o faz. 
Os beijos ficam quentes.
Ela tenta olhar para baixo, ver o tão imaginado peacock, como diz Marieta, enquanto está com a boca colada em Diogo, porém, está escuro, a água da piscina meio turva, não tem como se ter uma imagem clara.
“Quem sabe se eu pegar, consigo saber se é....”
- DIOGO!
Era a mãe dele. Taís fica em estado de choque. Está nua na piscina da casa dela. Com o filho dela.
- Não acredito que você está tendo relações sexuais na piscina, que outras pessoas dessa casa também usam. Que coisa mais anti-higiênica, meu filho. Que desrespeito! Não acredito que eu tive de presenciar essa cena.
Em choque, completamente imóvel, Taís não conseguia se mover, enquanto o namorado tentava balbuciar alguma coisa.
- Mãe, não precisa disso tud....
- E você, Taís? Na piscina? Não pensa que pode pegar algum tipo de germe, uma infecção? Não faz bem esse tipo de contato dentro da água e...
- Mãe, chega!!!!!
A mãe subitamente para de falar e pega toalhas que estavam nas cadeiras próximas e entrega para eles, para depois entrar em casa repetindo "a que ponto chegamos, a que ponto..." Os dois saem da piscina em silêncio, pegam as roupas e vão para dentro da casa.
“Meu Deus do céu, onde essa aposta tá me levando?” ela pensa.

Sábado. Dia de dormir até tarde. Ou dia de estar na casa do Marisfésio só de calcinha.
Apesar de virgem, Marieta não tinha grandes expectativas para a tal da primeira vez. Era só uma relação, que seria ruim, para depois se tornar algo muito bom. Assim como, não fazia questão de ser com o amor da sua vida, se fosse alguém que ela queria muito, já seria ótimo. Que era o caso de Marisfésio. 
Marieta ficava surpresa em ver como ele tinha despertado como um crush  para ela. Era bom ficar com ele. Ainda tinha o bônus de ganhar a aposta da irmã e poder fazer o que quiser.
Taís nem podia imaginar que em poucos minutos, teria perdido a aposta. Tudo isso enquanto dormia no sábado de manhã.
Marisfésio mal podia acreditar que estava com aquela menina, tão bonita, livre, e praticamente sem roupa no seu quarto. Ainda assim, um mosquito da desconfiança estava zunindo em sua cabeça. O que ela teria visto nele? Por que tinha sido tudo tão rápido? Deveria ser assim?
- Marieta. - ele interrompeu o beijo que durava há minutos.
- Pra que parar? - ela se aproximava ainda mais, enroscando as pernas nas pernas dele.
- Não sei, só está tudo muito rápido... Você apareceu aqui minutos depois que eu disse que estava sozinho e agora estamos assim, na minha cama.
- E isso é ruim? - ela ficou sem entender a reação daquele menino. Qualquer cara já estaria nas nuvens de estar assim.
- É incrível. - ele disse sério e ela se derreteu por dentro, apesar de achar errado esse sentimento. - Mas não sei, eu mal te conheço. Nem sei teu sobrenome.
- Fernandes. Marieta Julieta Fernandes.
Ele riu.
- É, eu sei. Meu nome rima, invenção da minha mãe. Não é dos mais bonitos. - ela sorriu, sempre ficava sem paciência quando precisava falar o nome completo. Sempre era motivo para gracinha.
- Sério que você está falando de nome feio?
Ela gargalhou.
- Sua vida deve ter sido muito difícil. Tenho até medo de perguntar o seu sobrenome.
- Marisfésio Medeiros de Oliveira.
- Ahhh é normal.
Ele riu.
- Pelo menos isso tinha que ser normal. 
- De onde vem o seu nome?
- Meu tio. Ele ajudou muito minha mãe na gravidez, e aí ela quis homenageá-lo.
- Ah. Legal. Seu pai faleceu?
- Não. Foi embora quando soube que ela estava grávida.
Pesado. Ela não sabia o que dizer.
- Ah. Sinto muito.
- é.... Voltando ao assunto. - ele passou a mão no rosto dela, olhando ainda para baixo, já que ela estava sem sutiã. - Acho que a gente precisa se conhecer melhor, antes de ir mais... Além.
Marieta deu um pequeno sorriso, estava um pouco desconfiada. Conhecer ele melhor significaria ter mais intimidade, se aproximar dele, e isso implica ter sentimentos por ele. Isso não podia acontecer. Era só para a aposta. Apesar de ser divertido todo esse rolo, eletrizante, podemos dizer. Ainda mais porque ele também era virgem, disso ela tinha certeza.
Mas se fosse preciso, ela faria isso.
- Tudo bem, então. Acho que vai ser bom reduzir um pouco o ritmo, mas acho que podemos continuar por agora e fazer a parte de conhecer melhor depois. O que você acha? - ela disse enquanto passava a mão pelo corpo dele e via ele se arrepiar. Descendo os olhos, pôde ver o volume entre as pernas dele e ficou ansiosa. "Espero que não demore" ela pensou.
- Acho que sim...
Ela riu. Seria bom passar esse tempo com ele.