quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ao chegar na escola Marieta surpreendeu-se por estar procurando por Marisfésio.
-Está procurando alguém?- Taís perguntou desconfiada.
-Talvez. E você não deveria estar com o seu futuro marido?
-Marido?
-Ah Taís. - ela revirou os olhos.
O sinal tocou e as irmãs separaram-se. Marieta seguiu para a quadra de esportes, as primeiras aulas seriam de educação física.
Enquanto todos encaminhavam-se para pegar bolas e iniciar partidas de vôlei, Marieta procurava pelo garoto tímido de óculos.
Encontrou ele ao canto com a cara enfiada em um livro. Sorriu e correu até ele.
-Oi!
Ele rapidamente ficou sem jeito, fechou o livro e engoliu em seco ao vê-la sentando a sua frente.Ela riu ao lembrar do sorriso enorme que ele tinha dado ao ir embora de sua casa no dia anterior.
-Oi Marieta.
-Então ontem eu não entendi muito bem o contéudo de química... Se você pudesse me explicar novamente eu iria adorar... - ela pegou a mão dele e percebeu que estava suada.
-Isso é sério...?
-Se você quiser...
Ele sorriu. Gostava do jeito sutil dela. Ela estava tentando conquistá-lo. Era isso mesmo?
-Agora eu estou livre.- ele disse entrando no jogo dela.
Ela sorriu.
-Então vamos!- ela se levantou, ele também. Marieta foi guiando o garoto pela mão, até chegarem em uma pequena despensa nos fundos da quadra.
Ela pensou melhor e achou que não era uma boa ideia.
-Acho melhor nós... - Marisfésio a calou com um beijo, um pouco nervoso, mas a fez sorrir e sentir agitações em seu estômago.
Enquanto as mãos da garota estavam em seu pescoço, ele pensava o quanto aquilo era surreal. E logo percebeu o quanto isso só melhorava a situação.
Quando ele a ergueu para apoiá-la sobre uma pequena estante, Marieta sabia que já o tinha nas mãos e que inclusive naquele momento poderia ganhar a aposta.
"Não, não agora." ela pensou no momento que sentiu certo movimento entre as pernas do garoto. Este empolgava-se cada vez mais e em nada parecia aquele garoto tímido de óculos.
-Marisfésio... Marisfésio... - ela tentava desvencilhar-se dele enquanto ambos ofegavam. Ela riu e ele ficou vermelho.
-Desculpe.- ele a soltou.- Acho que me empolguei.
-Sim!- ela riu.
Ele também riu.
-Não íamos estudar química? - ela perguntou inocente.
-Você precisa de outra desculpa pra justificar dar uns amassos. - ele disse sério e ela riu.
Apesar de estar um pouco escuro no ambiente, ele pôde reparar no quanto ela era bonita. O cabelo meio bagunçado, a boca vermelha e olhos verdes eram o bastante pra ele.
-O que foi? - ela reparou no modo como ele a olhava.
-Você é tão... bonita.
-Ah. Obrigada, eu acho.- ela ficou sem graça e imediatamente mudou de expressão.- Temos que sair daqui.
-Já? - ele perguntou surpreso e vendo os olhos intimidadores de Marieta continuou: - Claro, claro, vamos sim.
Ela riu.
-Você também é bonito. - ela tirou os óculos, arrumou o cabelo dele e olhou séria. Ele sorriu e vagarosamente encostou os lábios nos dela.
Antes de voltarem as liminares, a porta foi aberta.
-O que vocês fazem aqui? Não há outro lugar para se pegarem? - o faxineiro estava irritado em ver dois adolescentes pegando-se ali, em seu refúgio do trabalho.
-Desculpe.- ela riu e saiu do ambiente puxando Marisfésio pela mão.